Passei o dia das mães com a minha mãe, minhas primas e primos. Como sempre, estava muito divertido, saboroso, cheio de petiscos e ainda teve Parabéns para a Paquita (que com certeza você não conhece não), que faz aniversário amanhã, e só quem passa algum aniversário na minha família sabe o que é cantar parabéns para a Paquita.
Eu queria ter ficado mais tempo com eles, principalmente porque sexta e sábado tive aulas e quase não tive tempo de conversar com eles.
Mas pensei bem e vim embora mais cedo.
Porque o final de semana acabou e eu tenho que trabalhar amanhã, mas os mais de 1200 detentos de Tremembé foram libertados no sábado pelo indulto de dia das mães, só voltam aos presídios na quarta feira. Sim, na quarta feira, mesmo o dia das mães acabando hoje. Isto é, se voltarem, né?
O prédio onde moro fica em frente a um terrenão coberto de matagal, numa rua praticamente sem saída (tem uma ruazinha de terra no final dela, que leva a outra rua com vários terrenos vazios). Com mais de 1200 presidiários soltos na cidade vizinha, achei que o melhor era chegar cedo ao prédio, para não correr o risco de dar de cara com um desses infelizes ao chegar em casa.
É um absurdo, é ridículo, é inacreditável. Só aqui nessa pichorra de país de merda acontece uma desgraça dessas. O imbecil não tá preso?! Então mantém esse desgraçado na cadeia!! A mãe dele que vá até o presídio passar o dia das mães com o filhinho prodígio!!
Se metade não voltar, já imaginou?
Eu queria ter uma chance de conversar com o gênio, o ser iluminado que criou uma idiotice como esse indulto.
Ai Senhor, dai-me paciência, porque se me deres força, eu soco!!
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