Ontem um dos nossos gatos morreu. Após cerca de 16 anos juntos, o Romeu se foi. Eu o chamava de Gordinho por sua porpetice. E eu o chamava assim até ontem. O Gordinho era lindo, meigo e espero que tenha sido feliz. Sempre teve a saúde frágil, mas de uns anos para cá piorou consideravelmente. Nos últimos meses, nada do que ele comia o organismo apoveitava, e ele emagreceu muito.
Sempre foi leal, como quando minha mãe, depois de um tombo, torceu o joelho e teve que ficar com a perna engessada da canela até a virilha, por uma semana. Nesse período de repouso, o Gordinho não desgrudava dela o dia inteiro. Ficava lá, fazendo companhia. Se isso não é lealdade felina, não sei o que é.
Vou sentir muita saudade, Gordinho. Nunca vou esquecer de você ainda bebezinho, escalando as cortinas, o sofá e minhas pernas, até chegar ao ombro. Também não dá para esquecer quantas vezes você nos acordou no apartamento da praia, com puxões de cabelo e mordidinhas nas mãos (afinal, a madrugada é feita para brincar, e não para dormir - o dia sim, esse foi feito para umas boas sonecas!). E como gostava de um colo! Como um bebê, passava a patinha pelo meu pescoço, e ronronava feliz.
Mesmo velhinho e doente, sempre foi bonzinho. A Jolie é uma espoleta, e vivia dando uns 'cróquis' no Gordinho. Ele nunca revidou. Nem chiou, ou mostrou as garras. Nunca. Um Lord.
Que vazia vai ficar sua caminha. Que bom que passamos tantos anos juntos. Saudades sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário