Estávamos nós três ontem na praia, curtindo o penúltimo dia de feriado, quando toca o telefone da Bia, minha cunhada.
Ela - "E aí, tudo bem?"
Ele - "Tudo e você? Onde você está?"
Ela - "Tô na praia com meu irmão e a namorada dele..."
Ele - "Tô indo aí te encontrar, então..."
Ela - "Ah, mas eu não estou na Vermelhinha, nós estamos aqui no Promirim!"
Ele - "Ah tá, eu estou indo pra Vermelhinha, mais tarde a gente conversa, então..."
Era o ficante dela. Perguntei se ela queria ir para a Vermelhinha, que é a praia onde ela sempre fica, com os amigos, porque para mim tanto fazia uma praia ou a outra. Ela não quis, e acabamos ficando no Promirim mesmo.
Lá pelas 17h, toca o telefone dela de novo, era uma amiga falando que ele tinha sofrido um acidente na praia, e tinha sido levado para a Santa Casa de Ubatuba.
Essa mesma amiga ligou de novo, uma hora depois, para falar que tinha sido sério, e era melhor ela ir para o hospital. Parece que ele tinha batido a cabeça ou o pescoço. Ela foi. E voltou. Ele não.
Ninguém sabe o que aconteceu ao certo. Ele estava com o mesmo grupo de amigos de sempre na praia, foi entrar no mar, deu uma cambalhota e já subiu boiando.
Não se sabe se ele bateu a cabeça, mas não havia nenhuma marca de batida ou inchaço que denunciasse isso. Não se sabe se ele teve um infarto, um AVC, uma parada respiratória, só viram que logo que tiraram o rapaz da água ele espumava e estava ficando roxo.
Um horror de final de carnaval. Demorou horas para conseguir localizar a família. Só 36 anos. Amigo da Bia há 20.
Entre o telefonema dele e da amiga, eu passei muito tempo sentada na praia, olhando o mar.
Sabe quando o mar fica totalmente silencioso, aqueles poucos segundos quando nenhuma onda quebra? Essa é a duração da nossa vida. Dura um momento, logo vem uma onda e acaba com a paz.
Um comentário:
Amiga, por isso temos que aproveitar ao máximo sempre que pudermos!
A vida as vezes se vai e nós só percebemos tarde demais.
Meus pêsames para a tua amiga e a família do teu amigo.
Leandro
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