sábado, 16 de abril de 2011

Indignação!

Ontem vi uma cena que me deu náuseas.
Estava parada no finalzinho da Av. 9 de Julho, esperando o farol abrir para pegar o túnel Max Feffer e ir para o MBA. Eu era o terceiro carro da fila da esquerda.
À minha direita, quatro ou cinco motos também enfileiradas, no corredor. À esquerda, um carro da PM.
De repente, vejo um dos PMs indo para a faixa de pedestres, com a arma na mão, encostada na barriga. Ele parou na frente da fila de motoqueiros, e começou a caminhar na direção deles.
O primeiro motoqueiro, não estava usando luvas, usava capacete. Tinha um pacote na garupa e um par de botas de borracha amarradas com aquela corda elástica. Branco. Se livrou.
O segundo, não estava usando luvas, usava capacete. Tinha uma mochila enorme nas costas. Branco. Se livrou.
O terceiro motoqueiro não estava usando luvas, usava capacete. Tinha um pacote na garupa e um par de botas de borracha amarradas com aquela corda elástica. Negro. Foi instruído a se dirigir para a calçada, ao lado da viatura.
Desceu da moto, tirou metade do capacete e colocou as mãos para o alto. O PM, gentil como um mamute, pegou os punhos do rapaz e quase fez com que as mãos dele atravessassem o capacete, mostrando que as mãos deveriam ficar na cabeça, e não pro alto.
O rapaz tomou aquela geral, com todo mundo olhando. O PM, em dúvida se ele estava escondendo alguma coisa dentro da calça, deu duas "braçadas" entre as pernas do rapaz (com o antebraço). Deve ter doído.
Aí o PM deixou o rapaz tirar o capacete.
Nessa hora abriu o farol. Quando eu passei ao lado da cena, o rapaz tirava o documento da carteira, e no rosto dele pude ver todo o constrangimento, a frustração e a impotência que uma ação dessas provoca.
Qual o critério que a PM usa para escolher quem deve ser revistado??
O cara com uma mochila enorme nas costas não seria um "suspeito" também?
É a estatística? Pode ser. Mas eu duvido. É a tábua das marés? Foi a Mãe Diná que disse pra ele? Ou será a preferência dele por uma ou outra cor de pele? Não posso afirmar. Mas nessas horas, meu estômago embrulha.
Toda e qualquer forma de preconceito é asquerosa.

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